A profissional irá atender mulheres vítimas de violência doméstica
A partir da semana que vem, a sede da Polícia Civil de Porto Feliz terá uma sala exclusiva e uma assistente social para atender as mulheres vítimas de violência doméstica. O anúncio foi feito pelo delegado titular, Raony Brito Barbedo, ao jornal O Arauto.
De acordo com os dados da Polícia Civil de Porto Feliz, de janeiro a setembro do ano passado, cem mulheres foram vítimas de violência doméstica. No mesmo período deste ano, foram 175 casos registrados. Um aumento de 75%. De acordo com o delegado Raony, Porto Feliz tem mais ocorrências de violência doméstica do que roubo, furto ou tráfico de drogas. “Vamos pegar outros casos: tem mais violência contra a mulher do que furto. A violência doméstica contra a mulher tem bem mais casos que roubo. Hoje, o que eu tenho tocado na lida aqui, a maioria é violência doméstica”, disse Raony em entrevista à imprensa.
Para o delegado, o aumento de casos registrados é reflexo da mudança na sociedade e mais políticas públicas de proteção à mulher, que encorajaram as vítimas a denunciar. “Existem muitos casos. Esses casos sempre existiram. Acontece que, de uns tempos pra cá, a sociedade evoluiu e deu mais vozes a essas pessoas. Então, elas se sentem mais seguras para fazer essas denúncias. Eu acho que isso é uma tendência”, explicou Raony.
As medidas adotadas pela delegacia foram aceleradas após dois casos de violência que ganharam repercussão nacional. No primeiro caso, uma mulher foi esfaqueada pelo companheiro, que se matou em seguida. Uma semana depois, uma mulher foi morta pelo ex namorado. Após o feminicídio, o homem se matou.
De acordo com o artigo 5º da Lei Maria da Penha, violência doméstica e familiar contra a mulher é “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que cause lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.
