As mulheres são as mais afetadas: 7,7% delas têm alguma deficiência, contra 5,3% dos homens; a baixa escolaridade indica possíveis barreiras no acesso à educação
Em Porto Feliz, 6,5% da população – aproximadamente 3.700 pessoas – vive com algum tipo de deficiência, segundo dados do Censo Demográfico de 2022. Esse percentual é ligeiramente inferior à média nacional de 7,3%, que representa 14,4 milhões de brasileiros com dois anos ou mais de idade.
A análise por gênero revela uma disparidade significativa: enquanto 5,3% dos homens porto-felicenses têm alguma deficiência, entre as mulheres esse índice sobe para 7,7%.
Quando observamos a distribuição por faixa etária, os números mostram um crescimento exponencial da prevalência de deficiências com o avançar da idade. Entre crianças e jovens de 2 a 14 anos, apenas 1,6% apresentam deficiências.
Esse percentual sobe para 4,6% na faixa de 15 a 59 anos, salta para 11,6% entre 60 e 69 anos, e continua crescendo acentuadamente: 22,5% (70-74 anos), 21,4% (75-79 anos), 28,5% (80-84 anos), 41,7% (85-89 anos), atingindo o pico de 58,1% entre pessoas de 90 a 94 anos, e recuando levemente para 54,1% no grupo de 95 a 99 anos.
A distribuição por cor ou raça apresenta variações mais sutis: 6,4% da população branca e parda relatam ter alguma deficiência, enquanto entre os pretos o índice é de 7,5% e entre os amarelos, 6,7%.
Quanto aos tipos de deficiência, a visual aparece como a mais prevalente (3,5%), seguida por dificuldades de locomoção (andar ou subir escadas – 2,4%), motoras finas (pegar pequenos objetos ou abrir garrafas – 1,5%), auditivas (1,2%) e limitações nas funções mentais (1,2%).
O nível de instrução dessa população apresenta um quadro preocupante: 61,27% têm no máximo o ensino fundamental incompleto ou são sem instrução, 12,55% possuem ensino médio incompleto, 20,14% têm superior incompleto e apenas 6,05% concluíram o ensino superior.
Esses números revelam múltiplos desafios para as políticas públicas locais. O envelhecimento populacional aparece como fator determinante para o aumento das deficiências, enquanto a baixa escolaridade indica possíveis barreiras no acesso à educação. As diferenças entre gêneros também merecem atenção especial, com as mulheres apresentando índices significativamente maiores. Os dados servem como importante ferramenta para o planejamento de ações que promovam a inclusão e melhorem a qualidade de vida dessa parcela significativa da população porto-felicense.