Criminosos armados invadiram a casa no bairro Santa Terezinha; vítima sofreu agressões e caso segue sob investigação da Polícia Civil
O que era para ser apenas mais uma manhã comum em Porto Feliz se transformou em um pesadelo para uma moradora do bairro Santa Terezinha, que teve sua residência invadida por dois homens armados, por volta das 5h08 desta terça-feira (2). Em um relato marcado por dor e desespero, a vítima descreveu os instantes em que esteve sob a mira de um revólver, sofreu agressões físicas e viveu o medo de ser morta ao lado do filho.
“Eu fui brutalmente espancada e, pelas mãos de Deus, eu não fui violentada, mas ele me cariciou muito”, disse a mulher, ainda abalada, ao jornal O Arauto.
Segundo o boletim de ocorrência, a vítima foi surpreendida em seu quarto por um dos criminosos, armado e extremamente nervoso. O homem chegou a encostar a arma em sua cabeça por três vezes, afirmando que havia sido pago para matar a mulher e a criança. Além disso, tentou abusá-la sexualmente, sendo interrompido apenas pelo comparsa, que gritou para que fugissem.
Durante a ação, a vítima sofreu puxões de cabelo e agressões físicas. Os assaltantes levaram joias avaliadas em R$ 40 mil, além de perfumes, alianças, um notebook e um celular. O aparelho, encontrado posteriormente em uma rua próxima, estava destruído. Uma aliança de casamento também foi achada por vizinhos, caída durante a fuga.
A mulher relatou que desde 2018 sua família convive com perseguições, ameaças de morte e tentativas de invasão, em razão de processos criminais envolvendo pessoas próximas. “Eles levaram todas as minhas joias, todos os perfumes da casa, até as coisas de comer. Isso me dói muito e queria que outras pessoas não passassem pelo que eu passei”, desabafou.
Em entrevista, a vítima acrescentou mais detalhes sobre a crueldade dos assaltantes: “Eles falavam a todo momento que o crime estava encomendado, que ele já tinha recebido e tinha que me matar. Várias vezes ele enfatizou isso. Na saída, na hora que ele mais me bateu, ele dizia que tinha que levar a caminhonete porque ela tinha sido encomendada. Ele falava nitidamente o que ele veio fazer. Inclusive, tinha malote de dinheiro de funcionários e ele não levou. Falei de fazer transferência bancária e ele não quis”, relatou.
Poucas horas depois da invasão, a Polícia Militar iniciou uma ação integrada que resultou na prisão de um suspeito na capital paulista. Com apoio do 4º BAEP, a PM conseguiu identificar e rastrear o veículo utilizado pelos criminosos a partir de imagens de câmeras de monitoramento.
Durante a perseguição, o carro colidiu, permitindo a captura de um dos envolvidos. O segundo conseguiu fugir. Dentro do automóvel, foram encontrados diversos objetos furtados, incluindo televisores, celulares, joias e eletroeletrônicos — alguns provenientes de outro crime cometido em Tietê, pouco antes da invasão em Porto Feliz.
No entanto, o homem preso não foi reconhecido pela vítima como sendo o autor das agressões. O caso foi registrado no DEIC – 5ª Patrimônio, em São Paulo, e segue sob investigação da Polícia Civil.
Apesar da prisão, o trauma permanece. A mulher tenta se recompor após a madrugada de horror, mas sua fala revela a marca profunda deixada pela violência. “Só Deus sabe o que eu passei. Só peço que ninguém mais precise viver o terror que eu vivi”, disse, com a voz embargada.
O crime expõe, mais uma vez, a vulnerabilidade das famílias diante da criminalidade organizada, que não hesita em atravessar cidades inteiras para deixar rastro de medo e destruição.