“Eleições Primárias em Happy Port”

Por Adriano A. Capelini

A piada que rola nos bastidores: “Porto Feliz é a cidade com maior número de pré-candidatos à prefeito por metro quadrado”. Para nós, que cobrimos política, é confuso e complexo; para o cidadão, é um imbróglio. Nas ruas, as pessoas perguntam: Por que tantos candidatos? Por que na eleição passada não havia tantos candidatos? Imagina explicar isso na fila da padaria…
Antes de os cidadãos dos Estados Unidos votarem para presidente, eles escolhem os candidatos à Presidência em uma série de votações primárias e convenções políticas. Claro, no Brasil isso não existe.
As primárias americanas são uma eleição para selecionar candidatos, geralmente de um partido político específico, para que concorram nas eleições gerais. Os resultados são definidos pela conquista de delegados em cada estado, e os candidatos devem atingir um número de delegados para ganhar a indicação do partido e ter o nome na cédula de votação das eleições.
Na eleição municipal anterior (2020), apenas Dr. Cássio Prado, Cláudio dos Santos (Marola) e Miguel Arcanjo entraram na disputa. O médico teve 92% dos votos e foi reeleito. O cenário era outro. Poucos tiveram coragem de combater um governo com quase 100% de aprovação. O cenário mudou. Não tem mais o Dr. Cássio na disputa.
Mas o Dr. Cássio ainda tem esse percentual de aprovação? Ele, tem; seu candidato à sucessor, não. Mas o Dr. Cássio transfere bastante dos seus votos? Depende! Se o seu sucessor fosse, por exemplo, o Dr. Marcelo, preferiria o suficiente para vencer qualquer um com os pés nas costas. É preciso entender o seguinte: para ter uma transferência alta é preciso escolher um sucessor com o mesmo perfil. O que define um alto percentual de transferência de votos não é a sua imagem, mas a imagem do seu sucessor.
Claro que Célio Peixoto receberá em torno de 30% do voto do Dr. Cássio. O resto vem da aceitação do eleitor.
Temos 70% dos votos em disputa. Isso desperta interesses e egos dos grupos políticos e partidos. Isso faz com que inicie as “eleições primárias” na cidade. Diferentemente dos Estados Unidos, em Porto Feliz, quem define são os eleitores e as revelações. Como assim?
Joga-se vários nomes como pré-candidatos, especulam, revelam coisas sobre os passados, o munícipe avalia, fazem pesquisas, e os grupos políticos decidem. É uma eleição primária extraoficial.
Sem querer, Porto Feliz inventou uma eleição quase igual a existente na terra do Tio Sam. O próximo prefeito pode mudar o nome da cidade para Happy Port.
Não serei deselegante descartando nomes. Todos têm esse direito. É motivo para comemoração. Viva a democracia! Mas, será que teremos oito candidatos? Opinião: acredito em apenas três candidaturas.
As primárias de Happy Port têm a fama de ser cruéis e tão interessante quanto as eleições.

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