De acordo com os moradores, oito casos de furto ocorreram nas últimas semanas
O medo e a insegurança imperam entre os moradores do condomínio Gramadinho, na estrada municipal do Gramadinho, em Porto Feliz. De acordo com relatos de moradores, os furtos são recorrentes no local. Foram quase uma dezena de furtos durante as últimas semanas. Durante os últimos dias, o jornal O Arauto manteve contato com os moradores do local. Os relatos assuntam. Além da falta de segurança, os moradores pedem ajuda às autoridades da cidade e Prefeitura.
Regularização
Os moradores relataram ao jornal que o condomínio está em fase de Regularização Fundiária Urbana (Reurb). Eles destacaram que a regularização do loteamento está em fase adiantada e todos os lotes já foram pagos à empresa Constal, responsável pelo empreendimento. “Porém, os projetos estão em desconformidade com as exigências da Prefeitura e isso impede que possamos fazer muros ou qualquer tipo de construção. Com isso, temos que nos conformar com as cercas de arame antigas e alambrados de algumas casas”, explica um dos moradores do local.
Estrada de acesso
Outra demanda de responsabilidade da Prefeitura é a melhoria da estrada que dá acesso ao condomínio. Tanto a entrada, quanto o caminho da estrada do Gramadinho não têm iluminação pública e, durante o período noturno, os riscos de assalto aumentam. “O local é bem escuro. Também não há poste e iluminação na estradinha que dá acesso à entrada do Gramadinho. Esses dias, a Prefeitura colocou iluminação nos 23 postes na parte interna, uma vez que na nossa conta de luz há esse pagamento. Isso foi ótimo e acredito que irá ajudar bastante, porém, não há postes em toda a extensão do condomínio”, completa.
Os moradores pedem também melhorias na estrada que, pela situação, torna-se uma estrada de mão única, facilitando a ação dos bandidos. “A estrada é perigosa à noite por ter em suas laterais grandes buracos e inviabiliza a passagem de dois carros ao mesmo tempo”, explica outra moradora do local.
Furtos
De acordo com informações dos moradores – confirmadas pelo jornal junto à Polícia Civil –, foram oito furtos à residências nas últimas semanas. “Ocorreram oito furtos. Em quase todos os casos os alambrados foram cortados para a passagem dos bandidos, uma vez que eles entram pelas laterais que são de produtores rurais, ou seja, abertos. Estamos todos assustados correndo atrás de gastos com segurança, câmeras de monitoramento e iluminação nas casas. Isso não acontecia há pelo menos seis anos”, explica um membro da associação de moradores.
Medo e abandono
“Estamos correndo riscos de assalto e, quem sabe, de uma eventual morte no enfrentamento com esses bandidos. A cidade está perdendo recursos financeiros que os 60 proprietários deixam de realizar, pois estão evitando vir passar dias por aqui. A Prefeitura está deixando de arrecadar IPTU pela demora na regularização dos lotes. Os imóveis estão perdendo a atratividade e, com isso, todos saem perdendo”, finaliza a moradora.
GCM
O comandante da Guarda Civil Municipal (GCM), Sidnei de Souza, disse ao jornal que já esteve no bairro reunido com moradores e “repassou algumas soluções para melhorar a segurança dos moradores”. Segundo ele, a ideia é usar as imagens das câmeras e monitoramento dos moradores interligadas com o Centro de Monitoramento da GCM.
Outra opção em fase de viabilização é o cadastro do novo aplicativo de segurança da GCM para a área rural: o “Botão do Pânico – Zona Rural”.
“Essa ferramenta digital, que já era utilizada para garantir a integridade das mulheres vítimas de violência doméstica no município, está sendo implementada para aumentar a segurança da área rural de Porto Feliz”.
De acordo com Souza, a GCM aguarda o agendamento de uma nova reunião para dar seguimento a implantação das propostas.
PM
A Polícia Militar disse ao jornal que segue fazendo o policiamento no local. Durante a semana, o comando da PM se dispôs a entrar em contato com a associação de moradores para estreitar a relação com os moradores.
Polícia Civil
Em nota, a Delegacia de Polícia Civil de Porto Feliz informou que “a referida instituição não atua no patrulhamento preventivo, seja das áreas rurais, seja da área urbana. Isso porque os trabalhos realizados pela Delegacia de Polícia são relativos à fase de investigação”. Também segundo à Polícia Civil, “alguns furtos foram devidamente comunicados por meio de boletim de ocorrência, de modo presencial e por meio eletrônico, razão pela qual estão sendo encetadas diligências com o objetivo de identificar as autorias”.
“Contudo – segue a nota –, por se tratar de área rural, os trabalhos de investigação se tornam mais difíceis, vez que na maioria das vezes, a ação criminosa não foi percebida ou acompanhada por testemunhas, bem como grande parte dos casos são realizados em imóveis de veraneio, de modo que a vítima toma conhecimento do crime após alguns dias, inviabilizando a realização de perícias que podem ser cruciais para a investigação”, finaliza.
O jornal O Arauto segue acompanhando o caso.