Rogério Saito treina os animais criados em Porto Feliz para a prova de salto, uma das mais aguardadas no hipismo
Vivendo em meio a natureza que o veterinário Rogério Saito faz o que ama: cuidar de cavalos. Em um haras em Porto Feliz, Rogério deu uma pausa no trabalho para viajar à Paris. Pela quarta vez, o veterinário acompanha a seleção brasileira de hipismo nas Olimpíadas. O hipismo é uma prática esportiva que envolve o adestramento de cavalo e a habilidade de saltar e transpor obstáculos com o animal. Como esporte, surgiu no século XIX. A estreia nas Olimpíadas ocorreu em 1900, nos jogos de Paris.
“Em 2010, eu recebi o primeiro convite da Confederação Brasileira de Hipismo para participar do grupo dos cavalos de salto. Nós fomos disputar um prova que se chama Copa das Nações, que foi na Áustria. A gente fez uma medalha de prata e, a partir daí, eles começaram a me chamar mais e mais”, explicou o veterinário em entrevista à Rede Globo.
Depois da primeira experiência em competição importante, Rogério já teve muitas outras conquistas desde então. Inclusive, na primeira prova importante da carreira: o Pan-Americano de Guadalajara, no México, em 2011, quando o Brasil conquistou a medalha de prata por equipes e bronze no individual. Mas ainda falta uma medalha para completar a coleção. “Nós já tivemos bastantes medalhas nos jogos Pan-Americanos, Sul-Americanos e Copa das Nações pelo mundo todo. Mas, realmente, essa medalha olímpica é a que está faltando para nós. É a mais esperada, tanto para os cavaleiros, quanto para o chefe de equipe, treinador e muito para mim também”, destacou.
Com a experiência em eventos esportivos importantes, o veterinário garantiu que nossos representantes têm tudo para subirem ao pódio. Ele treina os animais para a prova de salto, uma das mais aguardadas no hipismo. “A equipe está forte, está coesa. Os cavalos estão muito bem treinados, os cavalos estão bem de saúde. Então a gente está com muita expectativa. Uma expectativa bem boa”, disse Rogério.
A equipe brasileira em Paris tem novidade. Dos quatro cavalos da equipe nas Olimpíadas, dois são de criação nacional. Algo que não acontecia há muito tempo. “É um orgulho para nós brasileiros termos dois animais, duas éguas, participando dos Jogos Olímpicos. A criação nacional vem numa crescente muito grande, colocando cada vez mais o nosso cavalo lá fora nas altas competições”, explicou o veterinário.
O médico veterinário explicou como é a rotina de treinos dos animais. Segundo ele, cada cavalo necessita de determinados cuidados. A rotina é de atleta. Além da alimentação, treinos e descanso é parte do treinamento dos animais. “Tudo é programado. Tem animal que faz até hidroesteira. Já vínhamos organizando a vida atlética deles há alguns meses. Eu venho acompanhando já faz muito tempo esses cavalos. Mas eu preciso muito do trabalho do nutricionista, do quiroprata, do osteopata, do fisioterapeuta. A gente tem uma equipe muito forte, uma equipe bem coesa para colocar o cavalo na melhor desempenho dele”, finalizou.
As Olimpíadas de Paris 2024 serão realizadas entre os dias 26 de julho e 11 de agosto. A capital francesa já foi sede dos Jogos Olímpicos em outras duas edições, em 1900 e 1924.